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Canabidiol e Alzheimer: há relação?

Veja o esclarecimento da médica neurologista Dra Ana Luisa Rosas!

Você provavelmente já ouviu falar em FDA, certo? Você sabe o que quer dizer essa sigla?

FDA é a sigla de Food and Drug Administration, que significa Administração de Comidas e Remédios (em português). FDA é um órgão do governo dos Estados Unidos, criado em 1862, com a função de controlar os alimentos e medicamentos, que podem ser de humanos e animais, suplementos alimentares, cosméticos e até mesmo alguns equipamentos médicos e materiais biológicos através de diversos testes e pesquisas rigorosas e somente depois de várias etapas que cada novo produto tem a sua comercialização liberada.


Pois bem, e o que isso tem a ver com esse espaço que é sobre Alzheimer Dra Ana??


Bom, lá vou eu de novo na minha saga para contornar as famosas Fake News, essa praga que chegou infelizmente na medicina. E a Fake News da vez é o uso do canabidiol para a doença de Alzheimer, quer para controle comportamental quer para cura.


O FDA está trabalhando arduamente com seus pesquisadores para responder as perguntas sobre produtos que contém cannabis ou compostos derivados de cannabis incluindo o canabidiol (CBD). Não se sabe ao certo ainda sobre segurança, tolerância e sobretudo sobre a qualidade dos produtos a base de CBD que já vemos circulando e sendo vendidos por aí de formas não convencionais .


Por enquanto o FDA aprovou apenas um produto CBD, um medicamento prescrito para tratar duas formas raras e graves de epilepsia e APENAS para essas formas de epilepsia dentro do rol de doenças neurológicas.


Portanto, atualmente é ilegal comercializar o CBD adicionando-o a um alimento ou rotulando-o como um suplemento dietético e mais grave ainda vendê-lo como medicamento para cura ou controle de alguma outra doença que não seja especificamente esses dois tipos de epilepsias raras ou para o controle de sintomas de doenças neurológicas outras como Parkinson, Esclerose Múltipla e principalmente para o Alzheimer.


O FDA checou apenas dados limitados sobre a segurança do CBD e esses dados apontam para riscos reais que precisam ser considerados antes de tomar o CBD por qualquer motivo.


Alguns produtos CBD estão sendo comercializados com pedidos médicos não comprovados e são de qualidade desconhecida. Por essa razão desconfie de facilidades ao adquirir o CBD, não é tão fácil assim. Até mesmo para tratar esses tipos específicos de epilepsia é um processo bastante burocrático, que é claro que depois que foi aprovado o uso pelo FDA, ficou relativamente mais fácil.

Entendo e compartilho da angústia de se ter um parente com Doença de Alzheimer e muitas vezes levados pelo desespero de tentar qualquer coisa e administrar tudo para que seja minimizada aquela sensação de culpa, errônea diga -se de passagem, que temos de: não tentamos ainda isso, precisamos fazer de tudo ou a pior das frases – é minha última esperança, podemos estar na melhor das boas intenções prejudicando muito nosso ente querido se valendo de tratamentos que ainda permanecem obscuros e incertos para a ciência.

A melhor maneira de se poupar de futuros problemas é conversar com seu médico sobre esse uso para a doença de Alzheimer.


Como diretora científica de uma associação séria e idônea e a maior e mais importante do Brasil que é a ABRAzSP - Associação Brasileira de Alzheimer Regional São Paulo, posso lhes garantir de que quando o uso do CBD estiver autorizado para controle de algumas alterações comportamentais da doença de Alzheimer, seremos os primeiros a saber e a fazer a correta divulgação. Até lá meus amigos é tudo Fake News. E com isso não se brinca nem se espalha.



Dra Ana Luisa Rosas



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