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Alzheimer & Cannabis

* Convidada: Claudia Quelhas


Li recentemente um texto que falava sobre o acúmulo de proteínas no cérebro (PROTEINOPATIAS) e sua consequência para muitas doenças. Tal acúmulo pode levar ao desenvolvimento da doença de Alzheimer, dentre outras. E estas proteínas nada mais são do que impurezas que ficam em nosso cérebro.


Diferentemente do que muitos pensam, o Alzheimer não é uma doença que acontece da noite para o dia. É uma doença insidiosa que pode acometer nossos familiares próximos cuja convivência nos leva a equivocadamente considerá-la apenas uma consequência normal do envelhecimento. Seria como uma criança que cresce, só percebe quem não convive com ela.


O desenvolvimento do Alzheimer pode ainda estar relacionado a outras doenças crônicas, como diabetes por exemplo, à falta de atividade física, ao isolamento e há também estudos que falam que o uso exagerado de substâncias como os benzodiazepínicos (ansiolíticos) poderia aumentar o risco de desenvolvimento desta doença.


Um paciente com Alzheimer é um paciente polimedicado. Além dos medicamentos que toma diariamente para suas doenças crônicas, outros se somam para minimizar a agravação das perdas de memória, aumentando assim o risco de interações medicamentosas.


Por isso, as buscas por novas alternativas não param, e muitos pesquisadores foram estudar a Cannabis Medicinal. O que é desconhecido, entretanto, de grande parte da população é que já é possível adquirir óleos para o tratamento de Alzheimer de forma oficial através da plataforma gov.br com uma prescrição simples (não precisa ser receituário especial) de médico de qualquer especialidade.


Além dessa possibilidade, há famílias que receberam autorização oficial para produzir a planta e dela extrair o seu óleo e também Associações que produzem seus óleos e os fornecem para seus associados.


Artigo recentemente publicado abordou o uso de canabidiol e outros fitocanabinoides no tratamento de proteinopatias minimizando o acúmulo de proteína TAU e beta amiloide (marcadoras de Alzheimer), retardando assim a progressão da doença.


Contudo, apesar de números maiores de publicações ano após ano, necessitamos de mais profissionais em ambiente multiprofissional estudando e publicando estudos robustos sobre o assunto, já que os preconceitos começam a cair por terra. E isso é tão verdadeiro que instituições médicas renomadas passam a ter profissionais dedicados aos estudos da Cannabis Medicinal, suas propriedades, dosagens e indicações.


Enquanto isso não acontece, não faltam vídeos no Youtube falando dos sucessos obtidos por famílias que estavam à frente de seu tempo e foram ler sobre o assunto nas redes sociais para então solicitar dos médicos a prescrição.


Para quem quiser saber um pouco sobre o uso da Cannabis Medicinal no paciente como o Alzheimer sugiro o vídeo “Curando Ivo”. E para aqueles que querem saber sobre as descobertas da Cannabis Medicinal, o filme “O Cientista”.


Enquanto aguardamos as evidências científicas, torcendo para que não demorem, ficamos com as prevenções: boa higiene do sono, alimentação variada, prática de atividade física, leitura e acima de tudo, convivência, mesmo que seja com recursos tecnológicos, mas de forma regrada.


A reserva cognitiva que fizermos ao longo da vida vai ser fundamental para o bem envelhecer.






* Claudia Quelhas

Farmacêutica formada pela UFRJ, com especialização em gerontologia, e cursando pela UNIFESP Pós graduação em Cannabis Medicinal.


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