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Roda de Conversa sobre Testamento Vital no GAIA



Meu sentimento é de gratidão! Incrível a participação do público que compareceu, hoje pela manhã (15 fevereiro), no primeiro evento do ano do GAIA - Grupo de Apoio Interdisciplinar em Alzheimer.

Tive o prazer de conduzir uma Roda de Conversa sobre "Diretivas Antecipadas de Vontade (Testamento Vital e Procuração para Cuidados de Saúde): uma reflexão sobre viver e morrer e as escolhas que podemos fazer”.

Os participantes - familiares e cuidadores de pessoas com Doença de Alzheimer, além de profissionais da área da saúde - psicólogos, gerontólogos, enfermeiros e do segmento de educação - interagiram durante mais de duas horas, enriquecendo a troca de experiências, com dúvidas e exemplos de vivências.

Na abertura ao perguntar sobre quem já conhecia a temática, menos de 5% dos presentes se manifestaram. Por isso, o modelo de roda de conversa ao invés de palestra que proporcionou um clima intimista oportunizando maior participação das pessoas. Foi muito produtivo.

Utilizei também o Cartas na Mesa, traduzido pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), mostrando como podemos facilitar a conversa em casa, com amigos e também com pacientes e familiares.

Agradeço o convite da querida Carmen Ponce que preside o GAIA e do neurologista dr Paulo Bertolucci, diretor científico da entidade, pela oportunidade de abordar as Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV).

O clima, apesar da aridez do tema, teve a leveza e a naturalidade necessárias quando nos conscientizamos que a morte faz parte natural da vida.

Todos foram assertivos ao confirmar que preferem exercer o livre arbítrio durante a vida, com a liberdade essencial ao fazer escolhas - que profissão exercer, casar ou não, ter ou não filhos e tantas outras decisões.

E após obter informações sobre o Testamento Vital (documento sobre os cuidados, tratamentos e procedimentos que desejamos ou não que façam conosco no fim de vida, quando estiver com uma doença que ameace a vida, sem possibilidades terapêuticas curativas) é raro alguém abrir mão da oportunidade de poder tomar também esta decisão de acordo com suas crenças e valores.

Debatemos ainda sobre Eutanásia (proibida no Brasil), Distanásia e Ortotanásia, e a importância de refletirmos e elaborarmos nosso Testamento Vital e nomearmos nosso procurador (de preferência, dois) para fazer valer nossas vontades em caso de impossibilidade de poder se manifestar.

Podemos não saber como ou quando vamos morrer. Mas, justamente por nos sabermos finitos podemos interferir no nosso jeito de levar a vida! E isso é sensacional! Motiva balanço de vida, reinvenção de si próprio, traçar metas exequíveis, mudar hábitos para os mais saudáveis, ser e fazer melhor para deixar um legado do qual se orgulhe.

Não esperar sempre pelo amanhã… São decisões que podemos e devemos tomar hoje.

Fiquei muito feliz com o resultado deste evento. Agradeço a gentil e animada participação de todos. E me despedi com a certeza de que o grupo vai levar pra frente a discussão sobre o direito que temos de fazer escolhas sobre o final da vida e que conversar sobre morte não a atrai. Certamente mais um grupo para multiplicar conhecimento sobre essa questão tão complexa e tão necessária para a dignidade na vida e na morte.

E você... no fim de vida prefere que utilizem todos os recursos extraordinários para prolongar a morte? Ou diante do fim inexorável prefere deixar o curso natural ocorrer e partir? Não há certo ou errado. Só cabe a você decidir. E a todos os demais, respeitar a sua vontade.

* Os encontros no GAIA ocorrem todo mês, no terceiro sábado. Local: av Lins de Vasconcelos, 2129, Vila Mariana, espaço gratuito gentilmente cedido pela Paróquia Santa Margarida Maria.






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